sábado, 25 de outubro de 2014

PRESIDENTE DO GGB MARCELO CERQUEIRA FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA MUDANÇA NO BRASIL COM AÉCIO NEVES

"Agora fala-se em mudança. Mas mudar o que realmente? Eu não entendo essa linguagem. A mudança é outra coisa, uma nova roupa colorida e brilhante".
Marcelo Cerqueira - Presidente do GGB Grupo Gay da Bahia
É um titulo de uma canção antiga cantada por Elis, mas muito atual. Você não sente, não vê, mas não posso deixar de dizer meu amigo, uma nova mudança em breve vai acontecer. O que era novo hoje é antigo, precisamos todos, rejuvenescer!!
Rejuvenescer o Programa Nacional de Aids do Brasil, modelo de prevenção para o mundo inteiro e hoje o pior do mundo, fazendo com que a doença desde 1980 hoje passe de no Brasil de mais de 656.701 notificações;
Rejuvenescer o apoio e o reconhecimento do movimento social Brasileiro na sua importância local. Hoje poucas entidades comunitárias mantem suas sedes abertas e funcionando por falta de apoio do governo federal, programas de prevenção, combate a homofobia, saúde, economia criativa, etc.
O governo Federal criou o SINCON ( Central de convênios) onde toda entidade até aquelas da Amazônia do meio da Selva, que não tem computador e nem internet estão submetidas. Tudo bem, fazer essa exigência aos Estados e Municípios, correto, mas submeter o movimento social a isso é uma contradição;
Rejuvenescer a redução da carga tributária das entidades da sociedade civil, submetidas a uma legislação que só faz dificultar o pouco trabalho de quem ainda consegue fazer alguma coisas. Diferenciar as entidades por seus orçamentos e finalidades nesse sentido, inclusive podendo fazer a opção pelo Simples Nacional, o que é vetado ao movimento social;
Rejuvenescer os serviços especializados de Saúde na cidade e no Estado por meio de repasse direto para essas finalidades de "Atenção especializada" no tratamento de doenças como Aids e outras. O aumento da doença cresceu e os Estados e municípios não conseguem fazer a consolidação dos serviços nas base, considerando que muitos municípios não possuem serviços especializados e acabam superlotando os pontos de referência no Estado, que não suportam a carga da demanda, por falta de médicos, hospitais e outros serviços.
Rejuvenescer uma politica clara e eficiente de combate a homofobia e promoção da diversidade de orientação sexual, considerando que a cada dai um LGBT é morto no Brasil, que todas as mudanças que tivemos foram fruto do Judiciário e nenhuma expressiva veio do executivo nacional. Isso inclui a falta de editais públicos em todas as áreas, educação, saúde, justiça e trabalho. Inclua-se nisso as estatais como Petrobras que mantem uma politica de patrocínio que beneficia alguns e discrimina outros. Se nesses 13 anos de governo, para se manterem no poder, não fizeram coisas expressivas para nós como a criminalização da homofobia, e sim ficaram mordendo e assoprando, porque não liberaram dinheiro e recursos para os movimentos sociais de gênero, saúde, combate a homofobia poderem trabalhar e fazerem a revolução na ponta em suas comunidades. Ao que parece dinheiro foi o que não faltou, especialmente para alguns privilegiados.
Como eu "deixei de ser branca para ser franca" não posso esconder que foi com Fernando Henrique que o movimento social brasileiro teve reconhecimento e melhor, dinheiro para trabalhar ações diversas nas suas bases. Hoje realiza-se para tudo Conferências, inclusive LGBT que reune o movimento social para brigar entre si, nossos pares na formulação de propostas que não saem do papel e a cada Conferência, as mesmas propostas são reeditadas. Agora fala-se em mudança. Mas mudar o que realmente? Eu não entendo essa linguagem. A mudança é outra coisa, uma nova roupa colorida e brilhante.